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Qual seu mundo?



Essa pergunta pode parecer um pouco estranha, mas você tem que entender que quando se trata de um livro de fantasia, essa é uma pergunta pra lá de plausível.

Uma das primeiras coisas a se decidir quando você começa uma história é justamente o local no qual ambientá-la. Sempre que começo uma nova história, esse é geralmente o primeiro dilema que aparece. Ok, essa história é sobre uma garota que prevê o futuro e é, na verdade, uma fada. Mas... onde ela vai morar? Temos que pensar em qual seria o melhor local para ambientar uma história desse gênero. Um mundo novo e mágico criado por você ou o nosso mundo mesmo, aquele que todo mundo já conhece e está familiarizado? Tudo vai depender do que você quer fazer com a sua história.

No exemplo que citei acima, decidi ambientar a história da Ailly Vanzuitta na Irlanda, adaptando com um pouquinho de um universo criado por mim. Por que eu fiz isso? Muito simples. Eu sempre achei que a Irlanda tem a melhor fonte de lendas relacionadas à magia, se você for pensar no que já existe. A Irlanda geralmente é associada com mágica e duendes, assim como a Romênia é associada com os vampiros. Então, quando escrevi O País do Vento, achei que não teria lugar melhor para ambientar uma história sobre fadas e duendes do que na Irlanda.

Mas Amanda, eu não quero escrever sobre um lugar que já existe! Quer o criar meu próprio mundo!

Se você pensou isso, então posso dizer que você vai ter trabalho pela  frente. Estamos todos cansados de ver por aí livros com universos próprios e pouco elaborados, por vezes muito semelhante ao mundo em que vivemos. Não estou julgando ou criticando, mas, na mim opinião, se você vai fazer um mundo para sua história, então deve aproveitar ao máximo o que ele tem pra te oferecer. 

Quando escrevi Anastácia, era exatamente isso que eu queria: um universo novo que fizesse jus à minha personagem e ao estilo de vida que imaginei para a história. Eu elaborei geografia, clima, crenças e culturas dos reinos e impérios que compunham esse universo. Até mesmo criei uma história geral para cada um deles, mesmo que isso seja apenas um plano de fundo para a história em si. São esses detalhes que fazem com que a sua história pareça mais verdadeira e consistente, diferente de apenas um monte de ideias escritas aleatoriamente no papel.

Crie o seu mundo antes de jogar personagens nele. Isso vai te ajudar a ter limites também, assim como as regras da magia, para que você não crie algo novo toda vez que sua personagem precisar. Defina exatamente o que as pessoas que vivem no seu mundo pensam e ao que estão acostumadas. Por exemplo, seus aldeões ficariam surpresos se vissem um mago fazendo coisas flutuarem ou estariam familiarizados com esse tipo de coisa? Ou ainda, seus aldeões ficariam estarrecidos se vissem uma mulher usando calças ou isso é algo comum? Você precisa desses detalhes para problematizar a sua história. 

Talvez vocês achem que eu esteja exagerando e talvez eu realmente esteja. Porém, por experiência própria, posso dizer que um enredo funciona muito melhor quando você cria um universo com detalhes desse tipo, deixando claro para você mesmo a forma como suas personagens devem se portar e agir. Decidir qual será o clima do seu universo também é algo importante, pois apesar de não ser extremamente relevante para a história, ele é importante quando você está descrevendo as cenas e dando detalhes sobre o que está acontecendo ao redor da personagem. 

Por exemplo, no universo do meu novo livro, A Princesa do Ar, nós temos a Província Elemental, composta por quatro reinos: Ar, Fogo, Água e Terra. Apesar de não falar muito sobre os outros reinos neste livro, eu tenho definida toda a climática e geografia de todos eles. No Reino do Ar, faz frio e neva o ano inteiro, enquanto no Reino do Fogo faz um calor infernal. Esse tipo de detalhe dá características próprias para o seu universo, além de ajudá-lo à exteriorizar aquilo que você imaginou para a sua história. Isso facilita o seu trabalho - ao invés de ir criando coisas à medida que escreve, você simplesmente deve adequar a sua história ao universo que você já criou e, tecnicamente, já existe. 

Outro exemplo disso é justamente o universo criado por Tolkien e por George Martin. São mundos muito elaborados para terem sido simplesmente criados à medida em que se ia escrevendo a história. Ainda, o mundo criado por Cassandra Clare, muito próximo ao nosso, mas em um plano diferente. Cassandra Clare criou o mundo dos Caçadores de Sombras em paralelo ao nosso mundo, com sua própria política e regras, e todos os seus livros são ambientados nesse universo, assim como os livros de Brandon Sanderson. Esses são exemplos conhecidos e que deram mais do que certo e certamente são exemplos a serem seguidos.

Eu sei que quando você tem uma nova ideia, fica desesperado para colocá-la logo no papel. Nada te impede de fazer isso, mas para ter uma história consistente e elaborada, você precisa colocar limites nela - antes ou depois de criá-la. Não estou dizendo para você não escrever o que gostaria - na verdade, você deve fazer isso. Porém, você precisa fazer isso de forma que faça sentido, de um jeito que tenha ligação com o roteiro que você criou e com o universo que você imaginou.

Depois disso, é só deixar suas personagens ganharam vida no seu mundo - ou no delas!

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Publicação: A Princesa do Ar



Tem novidade estourando por aí! Como todos sabem (ou pelo menos a maioria das pessoas que está de olho no meu Facebook e/ou Instagram), faz algum tempo que eu terminei de escrever meu último livro, A Princesa do Ar. Faz ainda menos tempo que terminei a revisão final, sempre com a ajuda das minhas betas queridas Juliana Arruda, Marina Amancio, Lídia Rayanne e Milena Steilein. Mesmo com o prazo apertado e com tempo faltando, vocês tiraram um tempinho precioso pra me ajudar a ajeitar essa história muito especial pra mim. 

Essa história demorou muito tempo para deixar de ser um esboço e se transformar em uma história encantada onde as princesas têm que lutar pelo seu lugar no mundo e não pelo seu príncipe encantado.

É com muita alegria e amor no coração que eu divido com todos vocês que A Princesa do Ar será publicado pela Editora Multifoco, com a edição do querido Frodo Oliveira que acreditou no meu trabalho desde o primeiro livro publicado e sempre foi muito atencioso. Em breve todos poderão conhecer Alescia e Alexander Aresto e se apaixonarem pela história deles assim como eu me apaixonei. 


SINOPSE

A coroa foi roubada -
A Rainha do Ar está morta.


Alescia e Alexander Aresto são os últimos descendentes da sua família - e herdeiros do Trono do Ar. Quando eram crianças, sua mãe fora assassinada e o reino tomado pelo general do exército, o qual assumiu o controle e governou aquelas terras durante muitos anos. Agora, os irmãos Aresto cresceram e estão dispostos a fazer o que for preciso para tirar o reino do poder de Harts Terian. Para isso, eles irão precisar enfrentar não somente traições e perdas, mas também uma guerra inevitável que pode abalar o futuro do reino. Alescia e Alexander precisam decidir em quem confiar - e descobrir se realmente estão do lado certo.


P.S.: Tem degustação no Wattpad pra quem quiser dar uma olhada :)

P.P.S.: ESSA CAPA NÃO É UMA LINDEZA?!

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O que você precisa saber antes de escrever sobre Magia

Esse artigo foi publicado pelo site Tracinhas.




Quem já leu meus livros ou conhece meus esboços de ideias aleatórias que podem ou não se tornar um livro futuramente sabe que eu escrevo basicamente sobre fantasia. Gosto de fazer isso pelo simples fato de poder usar a imaginação sem nenhum tipo de limitação, posso transformar a história no que eu quiser e fazer um dragão gigante aparecer para queimar uma cidade e isso vai fazer sentido porque é fantasia.

Apesar de poder usar a imaginação livremente, não é como se eu pudesse simplesmente fazer isso. Você aí pode me perguntar: “Mas como assim? Você não escreve sobre magia? Lá tudo pode acontecer!”. Aí é exatamente onde você se engana. Tudo pode acontecer, tudo bem, superamos isso. Mas não posso fazer com que tudo simplesmente aconteça.

Quer saber o motivo? Brandon Sanderson explicar para você de uma maneira muito simples e óbvia: a magia precisa ter regras. Posso até ouvir alguém dizendo: “Eu não vou criar regras, é a minha magia e eu faço o que eu quiser”. Bom, as coisas não são assim tão fáceis, não é? O seu mago na história vai ter fonte de poder ilimitada e fazer com que tudo se resolva assim que o problema aparecer? Espera aí, o seu mago tem uma fonte de magia? Mas se ele pode resolver tudo com ela, qual será exatamente o problema da sua história? Por que as suas personagens sofrem se a magia pode resolver todos os problemas deles e acabar com a fome no mundo? Admita, você precisa de limitações para criar um bom enredo. Caso contrário, a sua história não vai ser sobre personagens interessantes ou um conflito intenso, mas sim sobre como a magia resolve todos os problemas de todo mundo sem ninguém se esforçar muito para isso.

Brandon Sanderson sabia disso e como ele é simplesmente incrível, criou o que conhecemos como “As Três Leis de Sanderson Sobre Magia”. Quer conhecer? Então vamos lá!

Primeira Lei de Sanderson:
"A habilidade do autor resolver um conflito com mágica é DIRETAMENTE PROPORCIONAL a quão bem o leitor compreende tal mágica".

O que o mestre sobre o assunto quer dizer com isso? É muito simples: o escritor precisa conhecer a magia que criou para adequá-la a história de forma coerente e não adequar a história à magia. Em seu texto original, Sanderson cita o exemplo de O Senhor dos Anéis e a forma como Gandalf é um mago poderoso, mas ao mesmo tempo não fica resolvendo os problemas da Terra Média com a sua mágica. Não porque ele não se importa – Gandalf foi até Mordor lutar para proteger Frodo e Sam para que os dois conseguissem destruir o Um Anel, por favor –, mas sim porque a sua magia não é ilimitada e tem restrições. Se não fosse assim, o próprio Gandalf poderia simplesmente fazer um feitiço e destruir o Um Anel, acabando com os problemas de todo mundo.

Mas como fazer isso? Eu diria que essa é a parte mais difícil. É claro que como escritor, você pode usar muito a sua imaginação sem precisar fazer uma série de pesquisas, desde que sua ideia seja muito bem planejada e não precise realmente disso. Você pode criar uma nova Terra Média tão fantástica quanto a de Tolkien, como criar um universo futurístico distópico ou utópico. Por experiência própria, acredite em mim quando eu digo que é muito importante que, independente do gênero que você decida escrever, se você for escrever sobre magia, você precisa de regras.

Sanderson classifica a magia em três modalidades: soft magic, hard magic e o que ele chama em seu texto de “meio do caminho”. Achei isso muito interessante porque você não precisa necessariamente ter uma série de regras e explicações, desde que tenha isso muito claro em sua mente.

Soft magic é, basicamente, a magia de Tolkien. Ninguém sabe realmente como ela funciona ou como acontece, de onde vem e o que exatamente ela faz. Ela existe, está ali e é isso que sabemos sobre ela. Sobre soft magica, Sanderson diz basicamente o seguinte:

“Entretanto, existe algo que você deve entender sobre escrever deste lado do espectro. Os autores realmente bons de ‘Soft Magic’ raramente usam a magia para resolver problemas em seus livros. A magia cria problemas, e então as pessoas resolvem esses problemas sozinhas, sem muita magia.”

Se você decidir basear a sua história mágica em soft magic, você deve saber que não precisa explicar a magia para os leitores. Os leitores não precisam saber como ela funciona e o que faz nesse tipo de modalidade, mas Sanderson alerta que você não pode usar isso como uma grande muleta para a sua história funcionar. Como exemplo disso, Sanderson citou George Martin e a forma como a magia criou um baita problema em Westeros e agora todo mundo tem que resolver isso sem usá-la. Sabemos que a magia causou tudo isso, mas não sabemos o que a magia faz. Ou você entendeu como os Caminhantes Brancos surgiram e o motivo de ninguém questionar realmente o tamanho dos lobos que os Stark encontraram? Pois é, exatamente isso que quero dizer. Ficamos maravilhados e instigados e essa é uma das consequências da soft magic.

Já a hard magic é completamente diferente. Se você basear a sua história em hard magic, então você deve criar regras para ela e explicá-las ao leitor. Aqui eu faço um adendo muito importante: você não precisa criar um capítulo introdutório só para fazer a sua personagem tagarelar sobre como a mágica funciona. Na minha opinião, isso geralmente se torna chato e forçado na narrativa, como se você estivesse querendo fazer o leitor entender imediatamente a sua magia. Não é assim que as coisas funcionam. Todo livro é diferente do outro e seus sistemas de magia também, de forma que o leito precisa se adaptar aos poucos com as novas regras e transições que existem de uma história para a outra. Fazer a sua personagem tagarelar sobre isso não vai acelerar as coisas. É preciso ter paciência aqui e desenvolver as suas explicações conforme você vai escrevendo.

Sanderson diz que nesse tipo de magia – a hard magic, não esqueça – as suas personagens podem usar a magia para resolver problemas. Isso é porque a sua magia está sendo explicada e o leito compreende as suas vantagens e limitações, de forma que na verdade foi a inteligência da personagem e sua estratégica que resolve o problema e não a magia propriamente dita. Eu disse acima para você não despejar informações no leitor sobre como sua magia funciona, mas também não deixe para explicá-la somente quando acontece alguma coisa e subitamente a sua personagem desenvolve um poder novo para salvar o mundo. Para exemplificar isso, o Harry Potter treina os seus feitiços antes de sair usando-os por aí. Em O Prisioneiro de Azkaban ele sofre o ataque dos Dementadores no trem e depois disso, o Lupin ensina a ele como usar o Patrono para se proteger. O leitor já conhece essa magia e quando acontece uma situação onde o Harry precisa desesperadamente do Patrono, ele já sabe como usá-lo e nós também, de forma que não é algo que surge de repente para salvá-lo da morte.

                Sanderson diz o seguinte:

“Se o leitor entende como a magia funciona, então você pode usar a mágica (ou melhor, os personagens usando a mágica) para resolver problemas. Nesse caso, não é a mágica misticamente fazendo tudo ser melhor. Ao invés disso, são a inteligência e experiência dos personagens que resolvem os problemas. A magia se torna outra ferramenta – e, como qualquer outra ferramenta, é o uso cuidadosa que pode melhorar os personagens e a trama.”

O que Sanderson chama de meio do caminho é basicamente algo entre a soft e a hard magic. O próprio Sanderson classifica que seus livros estão nesse meio termo. Nesse sistema, você cria regras e as explica para o leitor, suas personagens compreendem a magia e utilizam-na para resolver algumas questões. Porém, você não explica o plano inteiro – você não diz determinadas coisas como quando essa magia surgiu no seu universo e por quê suas personagens podem utilizá-la.

Harry Potter é interessante porque podemos utilizar esse universo para citar vários exemplos de soft e hard magic, por isso ele está no meio do caminho. JK não explica como a magia surgiu no mundo e porquê alguns são bruxos e outros não. A magia existe e algumas pessoas podem usá-las e outras não, simples assim. No entanto, você compreende que os bruxos precisam de uma varinha – e que é a varinha que os escolhe. Como isso acontece é um mistério, embora nós tenhamos uma boa explicação do que se pode ou não fazer com a magia e como os feitiços funcionam.

Em meus livros, acredito estar classifica bem aqui. O universo de Anastácia é mágico e cheio de problemas por causa dessa magia. Eu não me preocupo em explicar ao leitor como, quando e por quê essa magia surgiu, mas ela está ali e criou o maior problema na Província de Órion. Em contrapartida, Aeron não pode usar os seus poderes para fazer qualquer coisa – sua magia tem uma fonte e ele tem várias limitações, apesar de eu explicar um pouco como ele pode usá-la e o que basicamente pode ou não fazer. É essa mesma lógica que utilizo em A Princesa do Ar, explicando para o leitor o que Alescia pode fazer, embora não conte a história de como a magia surgiu no mundo deles.

Segunda Lei de Sanderson:
"Limitações > Poderes"

O que eu repeti diversas vezes ali em cima faz sentido agora, não é? A Segunda Lei de Sanderson é exatamente isso: as limitações devem ser maiores do que os poderes da sua magia.

Não entendeu? Deixa eu explicar.

Vamos voltar ao exemplo do nosso amado Gandalf: ele é um mago, sabemos que ele é poderoso, mas não sabemos como sua magia funciona. Ele vai até o Condado vez ou outra e estoura fogos de artifício e deixa todos os hobbits muito animados com isso. Mas, claro, não é só isso que nosso Gandalf faz. Embora não façamos ideia de toda a magnitude do poder de Gandalf, nós temos muita consciência do que ele não pode fazer. Ele não pode usar seu cajado e detruir o Um Anel, não pode teletransportar Frodo diretamente para Mordor e também não pode sair voando por aí quando dá na telha (exceto quando ele convenientemente pede ajuda para as águias gigantes).

Ainda não entendeu? Explico de novo.

Por acaso o Harry pode ressuscitar o Dumbledore ou o Sirius? Ou seus pais? Ou o Lupin e a Tonks? Essa é uma das coisas que a JK deixa muito claro desde o primeiro livro e quando a pedra de ressurreição aparece, também fica evidente que ela não traz as pessoas de volta dos mortos do jeito que você quer que voltem.

Você precisa de limitações maiores que os poderes das suas personagens para justamente a sua história não se tornar uma história sobre a magia. Se os poderes forem maiores que as limitações, qual o propósito do seu conflito? Qual será o seu enredo? Se fosse assim, a magia poderia resolver tudo já no primeiro capítulo e você não precisaria se dar ao trabalho de pensar em toda uma história e situações.

É preciso ter em mente o que eu disse lá em cima: é a magia que precisa se adequar a história e não a história que deve se adequar a ela. A magia deve ser uma coisa a ser utilizada ou um plano de fundo, nunca uma personagem da história.

Terceira Lei de Sanderson:
"Expanda o que você já possui antes de criar algo novo."

Você precisa entender também que não precisa criar cinquenta regras para a sua magia e jogar tudo dentro do livro e esperar para ver o que acontece. JK pesquisou sobre alquimia para Harry Potter e não usou todo o seu estudo nos livros porque não achou necessário.

O primeiro passo para a sua história de magia é criar o seu universo. Isso vai acontecer no nosso mundo ou em outro? Nessa época, no passado ou no futuro? Você vai especificar isso em seu livro? Quando escrevi Anastácia eu não disse se a história se passa no nosso mundo ou em outro, mas você tem a opção de fazer isso ou não. Você deve trabalhar em seu universo e na sua magia antes de adicionar toda e qualquer ideia que anda tendo enquanto escreve. Quando algo novo surge no meio de um capítulo sem ter sido trabalhado antes, dá a impressão que o escritor teve aquela ideia bem naquela hora e enfiou tudo na narrativa do nada.

Você vai dizer: “Mas eu sou o escritor e sou eu que decido isso!”. Tudo bem, meu amigo, concordo com você. Quando estamos escrevendo, temos uma enxurrada de ideias e vamos adicionando tudo conforme elas vão aparecendo e no final o livro pode se transformar em uma coisa ótimo ou em uma história Frankenstein. Mas é justamente para isso que existem as revisões, não é? Um bom beta reader também vai lhe dizer o que exatamente sentiu quando leu o seu livro e não somente te rasgar de elogios e você vai poder trabalhar nessas coisas depois que tiver escrito todas as suas ideias e transformado a sua imaginação em um livro.

O importante dessa regra é não ficar parecendo que a todo momento surge algo novo e inexplicável. É interessante você trabalhar sutilmente em sua narrativa vários aspectos do seu universo e da sua magia, de forma que quando algo novo aparecer na história, não vai parecer algo surreal e fora de contexto.

Lembra o que eu falei sobre não jogar informações em cima do leitor para forçá-lo a entender a sua história? Pois é. Essa lei não se trata exatamente disso, na verdade diz que você deve explicar as coisas. Lembra como Hagrid encontrou Harry? Ele foi despejando informações sobre o mundo bruxo em cima do Harry de onze anos para que o leitor compreendesse imediatamente o que estava acontecendo? É claro que não. É muito mais divertido você criar um clima de mistério ao redor disso, mas não a ponto de tudo que acontece ser uma novidade surgida do nada na sua história. Faça isso, mas faça isso com calma e paciência, não precisa se afobar e explicar tudo sobre o seu universo e magia no primeiro capítulo.

Essas são as três Leis de Sanderson sobre magia. Acreditem em mim quando digo que elas ajudam muito quando você vai escrever uma história sobre magia. Se você quiser ler a integralidade dos textos do Sanderson, você pode acessar o site dele e se divertir com um artigo que o Affonso Solano publicou sobre o assunto no Omelete.


Nota: Quem é Brandon Sanderson?
Ele nasceu em 1975, é escritor (e dos bons) e professor de escrita criativa. Ele escreveu a trilogia Mistborn que recentemente teve o seu último livro publicado pela editora Leya. Ele também escreveu Elantris (minha primeira descoberta sobre ele) e o livro também foi publicado pela Leya. Além desses livros, Sanderson tem inúmeros outros projetos que não foram publicados no Brasil, além do livro Coração de Aço que foi publicado em 2016, publicado pela editora Aleph. Se você não conhece esse cara, sugiro que vá correndo ler algum livro dele!


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A Princesa do Ar, por Amanda Steilein

Oi, gente! Gostaria de compartilhar com vocês o novo livro no qual estou trabalhando: A Princesa do Ar. Ele não está concluído ainda, por isso estou postando alguns capítulos dele no Wattpad porque gostaria muito da opinião de vocês em relação a história. Seus votos e comentários significam muito pra mim <3

SINOPSE
Há muito tempo, o Reino do Ar foi devastado por um golpe militar onde a Rainha do Ar foi assassinada e o terrível Harts Terian tomou o trono. Alescia e Alexander Aresto são os últimos descendentes vivos (e foragidos) da família Aresto, os verdadeiros herdeiros do Trono do Ar. Na noite em que a mãe deles foi assassinada, eles fugiram junto com seu tio para o Reino da Água, onde ficariam protegidos até poderem voltar para sua terra natal e recuperar o reino que lhes fora roubado.

A hora de voltar para casa chegou.

Mas os irmãos Aresto terão a coragem necessária para fazer o que for preciso para conseguir o reino deles de volta? 
  
Descubra na nova história: A Princesa do Ar!
  

Os capítulos serão postados semanalmente no Wattpad! Não perca! :)


Obs.: Arte da capa feita pela linda Milena Steilein.

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Resenha: A Menina mais fria de Coldtown, por Holly Black




A Menina mais fria de Coldtown foi um livro que me surpreendeu de um jeito bom. Este foi mais um daqueles livros que eu peguei para ler sem nunca ter ouvido falar nada a respeito e, para preservar a minha opinião, não procurei na internet resenhas sobre ele. E o resultado disso foi positivo porque apesar de ser uma história em volta de um assunto que está batido, eu acabei gostando do desenrolar das coisas.

Tana é uma adolescente que acorda de ressaca em uma banheira que não é a sua, em uma casa que não é dela e descobre que ela é a única sobrevivente da festa da noite anterior. Aliás, seu ex-namorado também sobreviveu, assim como um vampiro que parece interessado em ajudá-los ao mesmo tempo em que salva a própria pele.

Os acontecimentos são relativamente rápidos e a narrativa é leve e minuciosa. As personagens são bem construídas, de forma que você realmente se interessa pelas suas vidas e pelas suas personalidades. Não são personagens sem vida apenas com um nome para dar uma razão para as cenas acontecerem, mas sim personagens reais que realmente têm algo a dizer ao leitor.

Eu diria que o livro tem uma atmosfera meio dark, meio gótica. O cenário é um mundo dividido entre humanos e vampiros. Os vampiros e os infectados - estes últimos tratados no livro como Resfriados - são caçados e levados para as Coldtowns, cidades isoladas que na verdade são fortalezas para manter tudo o que entra lá do lado de dentro, sem possibilidade de escapatória. Alguns vampiros e algumas pessoas Resfriadas vão voluntariamente para as Coldtowns em busca de uma vida normal ou de uma existência sem julgamentos ou caçadas. 

A grande questão é que humanos também podem ir para as Coldtowns se quiserem e é isso que muitos deles fazem, sonhando em um dia serem transformados em vampiros. É então que eles acabam virando bolsas de sangue ambulantes.

Aqui não temos uma protagonista irritante ou sem graça que quer desesperadamente ser mordida e amada por um vampiro. Tana só quer salvar a sua família e a si mesma, por isso sua vida acaba virando de cabeça para baixo depois daquela festa onde todos os seus amigos foram massacrados por vampiros.

A Menina mais fria de Coldtown é um livro surpreendente, com um ar de suspense e meio pós-apocalíptico. Trata-se de uma leitura agradável para quem gosta de livros do gênero vampiresco mais tradicional, com vampiros que bebem sangue humano, queimam no sol e são romantizados pela sociedade. Sem dúvida, uma leitura sem arrependimentos ;)



Descontraindo

"Dar de si antes de pensar em si."
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(Distrito 4650)

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