Resenha: A Menina mais fria de Coldtown, por Holly Black




A Menina mais fria de Coldtown foi um livro que me surpreendeu de um jeito bom. Este foi mais um daqueles livros que eu peguei para ler sem nunca ter ouvido falar nada a respeito e, para preservar a minha opinião, não procurei na internet resenhas sobre ele. E o resultado disso foi positivo porque apesar de ser uma história em volta de um assunto que está batido, eu acabei gostando do desenrolar das coisas.

Tana é uma adolescente que acorda de ressaca em uma banheira que não é a sua, em uma casa que não é dela e descobre que ela é a única sobrevivente da festa da noite anterior. Aliás, seu ex-namorado também sobreviveu, assim como um vampiro que parece interessado em ajudá-los ao mesmo tempo em que salva a própria pele.

Os acontecimentos são relativamente rápidos e a narrativa é leve e minuciosa. As personagens são bem construídas, de forma que você realmente se interessa pelas suas vidas e pelas suas personalidades. Não são personagens sem vida apenas com um nome para dar uma razão para as cenas acontecerem, mas sim personagens reais que realmente têm algo a dizer ao leitor.

Eu diria que o livro tem uma atmosfera meio dark, meio gótica. O cenário é um mundo dividido entre humanos e vampiros. Os vampiros e os infectados - estes últimos tratados no livro como Resfriados - são caçados e levados para as Coldtowns, cidades isoladas que na verdade são fortalezas para manter tudo o que entra lá do lado de dentro, sem possibilidade de escapatória. Alguns vampiros e algumas pessoas Resfriadas vão voluntariamente para as Coldtowns em busca de uma vida normal ou de uma existência sem julgamentos ou caçadas. 

A grande questão é que humanos também podem ir para as Coldtowns se quiserem e é isso que muitos deles fazem, sonhando em um dia serem transformados em vampiros. É então que eles acabam virando bolsas de sangue ambulantes.

Aqui não temos uma protagonista irritante ou sem graça que quer desesperadamente ser mordida e amada por um vampiro. Tana só quer salvar a sua família e a si mesma, por isso sua vida acaba virando de cabeça para baixo depois daquela festa onde todos os seus amigos foram massacrados por vampiros.

A Menina mais fria de Coldtown é um livro surpreendente, com um ar de suspense e meio pós-apocalíptico. Trata-se de uma leitura agradável para quem gosta de livros do gênero vampiresco mais tradicional, com vampiros que bebem sangue humano, queimam no sol e são romantizados pela sociedade. Sem dúvida, uma leitura sem arrependimentos ;)



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