A Última Música, Nicholas Sparks - Livro e Filme ♥


Já fazia algum tempo que eu havia assistido ao filme e estava protelando a leitura do livro justamente por causa da decepção que tive com Querido John. Finalmente, domingo passado (com chuva e sem nada pra fazer), encarei a leitura e fiquei surpresa com a forma como esse livro foi, de fato, bom. Antes que comecem a gritar e entrar em colapso porque estou me referindo à um livro de ninguém menos que Nicholas Sparks, deixem-me explicar: não sou a maior fã de Nicholas Sparks. Justamente o primeiro filme que assisti que era baseado num de seus livros, foi Querido John. Infelizmente, a parte que mais me emocionou no filme, não estava no livro e a narrativa desse livro em particular acabou sendo arrastada e um pouco enrolada, quase me fazendo abandonar o livro. Digamos que nosso primeiro contato não foi lá aquela coisa.

Pois bem, fizemos as pazes em A Última Música.


A vida, entendeu, era bem parecida com uma música. No começo, há mistério, e no final confirmação, mas é no meio que reside a emoção e faz com que a coisa toda valha a pena. (p.369)

Ronnie é uma garota difícil de lidar. Rebelde e revoltada pela separação de seus pais, ela faz de tudo - até mesmo parar de tocar piano - para irritar sua mãe e, principalmente, seu pai. No entanto, por debaixo de toda a agressividade e rebeldia, ainda existe aquela Ronnie que gosta de salvar os animais e preza pela honestidade e sinceridade acima de tudo. Isso tudo piora quando seus planos para o verão são frustrados pela decisão de sua mãe obrigar Ronnie e seu irmão a passarem o verão com seu pai, numa cidade litorânea onde não há absolutamente nada de interessante para ser feito.

Romance clichê, garoto-esbarra-na-garota-no-meio-de-um-jogo-de-vôlei, praia (uma coisa que o Tio Nick parece curtir pra caramba) e aí, você sabe, ela encontrou o amor da sua vida. Mas para quem acha que o livro trata-se somente de um romance clichê, se engana. Apesar de ter muito disso (romance adolescente e clichê, porque, afinal de contas, quem encontra a alma gêmea nas férias de verão?), A Última Música não foca no romance de Ronnie e Will (isso não pode ser considerado um spoiler, pelo amor de Deus), mas sim na relação familiar da protagonista e como ela evolui e se consolida no decorrer do livro. No começo, temos uma Ronnie completamente diferente da Ronnie que encontramos no final. O amadurecimento da personagem e a forma como a vida lhe ensina aos empurrões a como lidar com a vida e com os problemas, são maneiras bastante reais e, se não o são, ao menos palpáveis e imagináveis.

A vida é um piano. Teclas brancas representam a felicidade e as pretas a angústia. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música.

O autor descreve, de uma maneira simples e romancista, a maneira como a vida de alguém pode ser mudada se ele permitir que isso aconteça, se ele abrir seu coração para que isso seja possível - encontrando Deus, encontrando o amor, encontrando o que realmente é importante e válido para você. Esse é o grande ponto do livro: as coisas não irão ser as mesmas para sempre. Tudo passa e temos de saber lidar com nossos problemas e situações. As pessoas não irão ficar aqui para sempre - elas vão embora e, às vezes, isso é definitivo, sem volta. Isso é, na verdade, uma lição: parar de brigar com a vida e deixar que ela faça, finalmente, a sua música.

Leave A Comment