Anastácia #8


INTERMEZZO I
A MALDIÇÃO DOS BÁRBAROS

Houve vários motivos para todos eles terem partido. O primeiro deles era porque estavam cansados daquilo – os bárbaros mereciam ser livres após tanto tempo cumprindo sua sina. Ou pelo menos era nisso que acreditavam piamente depois de todos aqueles anos assistindo ao fracasso incansável de todos os seus generais. Não, eles não podiam dizer nada ou interferir de alguma maneira. Fazia parte da maldição e os mestres anteriores nem sequer sabiam sobre eles – apenas tinham plena certeza e convicção de que eles o seguiriam não importa onde fossem. E é claro que os bárbaros de Esca fizeram aquilo – não tinham como evitar, pois, se tivessem, já o teriam feito há muito. Embora soubessem que não conseguiriam ir muito longe, eles sabiam e tinham certeza absoluta após tantos anos, apenas de uma coisa, uma única coisa que os incomodava infinitamente: o príncipe-mago do império de Angora.
- Não há como ele saber disso – Tori insistia, embora ele próprio franzisse o cenho para o companheiro enquanto se aproximavam dos portões de saída de Angora. – Nem sequer podemos falar sobre a maldição.
- Ele sabe – um outro disse, o nome do bárbaro era Loren e o nome dele merecia ser lembrado. – De algum modo, ele sabe. Não estou dizendo que algum de nós contou porque isso seria impossível. Estou falando dela.
- A princesa também não sabe--
- Não a princesa – Loren fez um gesto com a sua mão direita. – Ela.
E então apontou para a estrada de terra na frente deles onde uma mulher coberta por um vestido negro e com longos cabelos brancos estava parada. Era linda, tão linda que parecia ser envolta por um feitiço que todos os homens daquela comitiva ficaram presos. Há muitos e muitos anos. Antes de ela ser quem é. Na época que ela era apenas Haneli.


“A chuva cai nas janelas enquanto dormimos entre os mortos.”
BREAKING BENJAMIN

Comments
One Response to “Anastácia #8”
Leave A Comment