Resenha: A Senhora da Magia, Série As Brumas de Avalon #1, por Marion Zimmer Bradley

- Esse é realmente o grande ciclo da vida e da morte... – continuou o homem e, enquanto falava, apertou-a contra seu corpo. – Virá um dia em que as pessoas esquecerão, e isto será apenas um círculo de pedras. Mas eu lembrarei e voltarei para você, amada, juro.
A Senhora da Magia, As Brumas de Avalon, pg 72, por Marion Zimmer Bradley


Já falei isso antes, mas eu falo de novo: eu adoro livros épicos. Com A Senhora da Magia não foi diferente. Particularmente, eu sou fascinada pela lenda do Rei Arthur. Todo o mistério sobre a ilha de Avalon, a Senhora do Lago e sobre todas as contradições históricas não terem como dizer com certeza absoluta se é ou não apenas uma lenda. É, eu adoro a terra média.

Mas vamos ao que interessa.
Marion Zimmer Bradley fez um ótimo trabalho (na minha opinião) em recontar essa maravilhosa história pelo ponto de vista feminino. Sempre me perguntei como as mulheres se sentiam sendo, sei lá, instrumentos do destino ou damas dos maiores cavaleiros de todas as lendas. Sabe como é, a Távalo Redonda e tudo o mais.
Não sei se foi somente eu, mas toda a minha simpatia foi dirigida para a Morgana, a irmã do querido Rei Arthur, que foi usada desde criança. Desculpe, mas eu não gosto das explicações da Viviane. Tudo bem, a coisa do 'bem maior' e blá, mas cara, se ela amasse mesmo a Morgana do jeito que dizia irremediavelmente amar, não teria feito o que fez (e estou falando do ritual do Gamo-Rei, se é que vocês me compreendem). Na primeira parte do livro, os eventos são narrados pelo ponto de vista de Igraine, irmã de Viviane e mãe do Arthur. E, certo, o Uther é totalmente apaixonante. Mas, uma das coisas que eu mais gostei (embora isso possa ser o que as outras pessoas odiaram), foi o jeito que a autora descreveu com exatidão os costumes da época. Porque, de fato, os reis e rainhas mandavam seus filhos para serem criados longe do reino, alguns sem sequer saber que eram herdeiros do trono ou coisa assim. E, uma coisa que eu não gostei e, ao meu ver, foi um dos pontos fracos da história toda, foi a mudança de tratamente que Igraine teve para com seus filhos depois de se casar com Uther. Afinal, antes disso ela morria pela Morgana e depois era como se nem se lembrasse que tinha uma filha. O mesmo com Arthur. Ela sabia que ele seria o Grande Rei, que ele unificaria o Povo das Fadas e a Bretanha, mas ela se importou em cuidar dele, hein, hein, HEIN? Sei que disse antes que gostei da autora ter implantado os costumes com exatidão, mas essa personagem em particular simplesmente mudou totalmente e apresentou uma frieza não característica. Quer dizer, Igraine era mãe, e não acho que só porque uma mulher encontra o homem da sua vida vá deixar de lado todos aqueles que amava antes dele aparecer.
E, nesse caso, estou falando dos filhos.
Mas, deixando isso de lado (embora eu tenha me irritado com a súbita mduança de crença dela, mas isso foi compreensível porque, afinal, ela era a Grande Rainha e precisava ser católica, embora eu discorde dessa mudança de clero), eu adorei a ilha de Avalon, embora estou falando muito a palavra 'embora', mas tanto faz - peguei a mania 'tanto faz' da Ailly, agradeça por conseguir evitar isso Pammys! eu esperasse mais do Merlim. Talvez o próximo Merlim (o cara que toca a harpa legal, esqueci o nome dele, acho que era Kevin) seja mais convincente no papel de mago, mas enfim.
Lancelote perdeu toda a minha simpatia, desculpa aí. Ah, mentira. Eu ignoro a parte que ele totalmente ignorou a Morgana pela Guineverre cinco segundos depois de tê-la beijado e penso no Lancelote das outras versões.
Bem melhor.
Já com o Arthur - sua personalidade, sua coragem e todo o seu esplendor - não decepcionaram. Pelo menos, não no primeiro livro, antes dele casar com a vaca da Guineverre e provavelmente fazer alguma coisa que vai me deixar com raiva. Ou então morrer, porque o chato de remakes histórias assim é que você sabe o que acontece no final e, nessa história, todo mundo morre.
E, pelo amor de Deus, o fato do Arthur casar com a Guineverre bitch e dela traí-lo com seu melhor amigo, Lancelote, e o fato de Arthur morrer no final, não pode nem sequer ser considerado spoiler. Quer dizer, quem NÃO sabe disso? Gente, olha só a cultura batendo nas suas portas, francamente.
Bom, tudo bem. A Senhora da Magia é um livro que compensa ler, mesmo com seus pontinhos negativos. A leitura é rápida e não é muito complexa, terminei o livro em questão de três dias. Mas eu já disse que aqui no sul o frio está simplesmente corroendo nossas almas (principalmente se você é obrigada a jogar handebol oito horas da manhã, com calça de ginástica e camiseta e passar a maior vergonha porque você não sabe sequer segurar a bola direito - sou uma Bella Swan nos esportes), e ler um livro em três dias não é exatamente algo difícil de se fazer ultimamente.

Pra você que me ama, beijinhos dando uma de GG ;*

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